quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Milhares de Zorros


Já pensou se você vivesse vigiado vinte e quatro horas por uma câmera?

É como se você estivesse ''on'' em todos os momentos da sua vida: "Nossa! É isso que você faz quando acorda?", "Poxa! que falta de educação, heim?!", "E você gosta disso?", "Não acredito no que eu estou vendo!", falaria o público que estivesse assistindo ao seu imaginário "big brother".


Mas na verdade, com o que de fato você ficaria mais preocupado: Com o que pensariam sobre você ou com o que descobririam sobre você?


É engraçado descobrir por que as casas tem paredes escuras, as janelas tem cortinas, os canos não são transparentes, os vidros de carro possuem fumê, óculos escuros são mais bonitos e nós não andamos pelados.


Andamos nos escondendo das pessoas, enfiando os nossos podres debaixo de um velho tapete da nossa alma e colocando mobílias finas por cima. Corremos logo direto para casa e aí então deitamos nas nossas camas e com a cara enfiada no travesseiro começamos a ter a liberdade de ser quem somos, de pensar da maneira que quisermos, de falar bem ou mal de qualquer pessoa, de desligar as nossas câmeras e entrar nos bastidores das nossas vidas, de verdadeira e sinceramente existirmos.


Desejo ardentemente que minha personalidade seja transformada, que minha ficha caia todo dia, que meus achismos não me sufoquem com orgulho. Que os meus defeitos e virtudes fiquem nas mãos daquele que me assiste todo o tempo, que escuta todos os desabafos do meu travesseiro, que mesmo eu merecendo não me elimina no big brother da vida, que sabe olhar além da minha máscara e entende os milhares de "Zorros" que existem dentro de mim.


"Também fui sincero perante ele, e me guardei da minha iniqüidade." (Salmos 18:23)


Que a paz esteja com todos e a glória com Ele.