sábado, 6 de junho de 2009

Ah, benditos leões!

Ultimamente tenho andado insatisfeito com a atitude de muitos que se dizem cristãos. Em comunidades no orkut, rodas de amigos, portas de universidades (e até mesmo dentro delas) debates teológicos são cada vez mais frequentes para se descobrir a "verdade" sobre qual igreja é mais Santa, Católica, Apostólica - nunca se viu tanto sufixo narcisista!

Isso me incomoda muito pelo fato de todos esses debates estarem defendendo críticas de uns e outros para com instituições diferentes das que eles seguem. Seja qual for a denominação à qual pertencem, os cristãos de hoje não fazem desuso do bom e velho clichê: herege! Que epípeto mais eterno esse! aguentou diversos concílios e doutrinas ao longo dos quase dois mil anos de existência e ainda é usado como uma saudação entre segmentos diferentes do cristianismo (quem sabe substituiu o "Graça e paz" do Apóstolo Paulo).

Contra tudo e contra todos desse sistema de acepção intra-cristão, eu gosto de refletir sobre uma passagem que está no livro de Atos dos Apóstolos, onde são relatadas as primeiras relações entre os cristãos: "E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister."
Que inveja (santa), penso eu! E é porque hoje também há divisão. Quanta divisão!

Sinceramente, às vezes acho que hoje ao invés de grandes profetas ou evangelistas deveriam surgir outros imperadores romanos como Nero e Trajano. Só assim os cristãos estariam unidos como foi há algum tempo atrás, mesmo que fosse em cavernas ou orando juntos em um coliseu frente a leões famintos. Mas, é por isso que não devo me conformar com esse mundo, nem com esses cristãos contemporâneos que como diz meu amigo Rodolfo Carneiro: "[Eles] não param de pregar Jesus". E tenho a firme certeza de que Ele era bem maior do que qualquer ego idiota.

Que a paz esteja com todos. E a glória com Ele.

Monzitti Baumann