sexta-feira, 23 de julho de 2010

Existe "Igreja" dentro da "Instituição" ?




Sou observador, por isso presto atenção em todas as placas, anúncios, propagandas, protestos, opiniões ou qualquer outro tipo de manifestação. Foi então que durante a semana fiquei intrigado com um detalhe que eu não tratava com tanta importância assim, que era a quantidade de denominações religiosas espalhadas em cada esquina.

Digo que não dava tanta importância assim porque não tinha parado para pensar no tamanho real e assustador da coisa! Muitas vezes, pela quantidade excessiva dos movimentos, aparecem até nomes bizarros de instituições que se dizem representantes de Deus aqui na terra. Líderes e mais líderes disputando cargos nos "clubes" de Cristo, enaltecendo a importância megalomaníaca de crescer e expandir as suas ideias, no intuito de que o "Evangelho" seja espalhado a toda criatura com um sentimento maquiavélico e descompromissado com a coerência ou qualquer outro meio de propagação dele.

Ao olhar para a situação, a primeira sensação que se passa em minha mente é a de vazio, da inexistência da Comunidade entre esses "clubinhos". Sim, da inexistência da Igreja deixada por Cristo, da retratada no livro de Atos dos Apóstolos, da que milhares de homens sinceros e puros de alma morreram queimados em Roma, da Igreja Corpo. E é por isso que escuto conversas diariamente acerca dela, em dúvida se é possível que a Instituição não sufoque-a com seu reducionismo ou sua politicagem.


A Igreja existe dentro da instituição quando a instituição não se torna maior do que ela, quando seus membros se tornam irmãos fora e dentro dela, quando o amor reina no lugar da fofoca e inveja, quando se está mais preocupado com a causa do Evangelho do que com a vida do outro, quando líderes não são donos de ninguém, quando a Palavra é texto para nossas vidas ao invés de pretexto para regras imbecis, quando Jesus é pregado (e não "apregado", como andam fazendo constantemente!), quando a verdade está acima de qualquer politicagem externa ou interna, quando as pessoas frequentam por amor e não por pressão dos outros, quando o mais importante é o Reino de Deus do que projetos faraônicos sustentados por ofertas baseadas na sua "quantidade de fé", quando cristãos não são conhecidos por serem tapados e intoletantes, e sim pelo amor que apresentam uns com os outros.


Qualquer outro objetivo fora dos citados acima é uma construção em vão de uma casa em que habita vazio e cobiça. Pessoas são mais importantes do que nomes.

"Somente se na “igreja” houver o mesmo espírito que houve também em Cristo Jesus, o qual se esvaziou, se identificou, e não buscou ser nem mesmo quem era (Deus), é que pode haver algum significado para ela nesta existência ainda. Do contrário, ela não terá qualquer contribuição espiritual a dar à humanidade." (Caio Fábio)

Que a paz esteja com todos, e a glória com Ele: Que é o cabeça, e nós o seu corpo, somente o seu corpo.

Monzitti Baumann.