quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Verticalmente falando...


Queria poder descrever algo que fala alto na minha mente e faz com que as pessoas se confundam procurando respostas para tal.


Algo tão novo e tão velho, que compõe canções e inspira poetas. Que enche os mares e retoca o brilho do sol. Que aquece retalhos e cria histórias.


Os sonhos nascem, e junto desse desconhecido indescritível floram as realizações, as certezas e as vidas. Vivemos e vemos o mesclar das suas cores, ouvimos os seus tambores no compasso de sua dança, cheiramos o exalar de suas mais belas espécies de flores.


Ah, telefones, tv's e milhões de caixas de som! Quantas vezes passaram por vocês.


Mais uma vez, posso ler em sorrisos de crianças e lameiras de caminhões, ouvir alguém dizer que esconderam tudo dentro de um galpão ou torres em que os sinos tocam.


Na euforia de um grito de satisfação ou cantar de grilos, estarão presentes os seus segredos. No confortar de um medo ou no alívio de um choro estarão contidas as suas reverberações.


Como não posso usar de sua clareza, prefiro viver esse tal de Amor de Deus.


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Milhares de Zorros


Já pensou se você vivesse vigiado vinte e quatro horas por uma câmera?

É como se você estivesse ''on'' em todos os momentos da sua vida: "Nossa! É isso que você faz quando acorda?", "Poxa! que falta de educação, heim?!", "E você gosta disso?", "Não acredito no que eu estou vendo!", falaria o público que estivesse assistindo ao seu imaginário "big brother".


Mas na verdade, com o que de fato você ficaria mais preocupado: Com o que pensariam sobre você ou com o que descobririam sobre você?


É engraçado descobrir por que as casas tem paredes escuras, as janelas tem cortinas, os canos não são transparentes, os vidros de carro possuem fumê, óculos escuros são mais bonitos e nós não andamos pelados.


Andamos nos escondendo das pessoas, enfiando os nossos podres debaixo de um velho tapete da nossa alma e colocando mobílias finas por cima. Corremos logo direto para casa e aí então deitamos nas nossas camas e com a cara enfiada no travesseiro começamos a ter a liberdade de ser quem somos, de pensar da maneira que quisermos, de falar bem ou mal de qualquer pessoa, de desligar as nossas câmeras e entrar nos bastidores das nossas vidas, de verdadeira e sinceramente existirmos.


Desejo ardentemente que minha personalidade seja transformada, que minha ficha caia todo dia, que meus achismos não me sufoquem com orgulho. Que os meus defeitos e virtudes fiquem nas mãos daquele que me assiste todo o tempo, que escuta todos os desabafos do meu travesseiro, que mesmo eu merecendo não me elimina no big brother da vida, que sabe olhar além da minha máscara e entende os milhares de "Zorros" que existem dentro de mim.


"Também fui sincero perante ele, e me guardei da minha iniqüidade." (Salmos 18:23)


Que a paz esteja com todos e a glória com Ele.


sábado, 6 de junho de 2009

Ah, benditos leões!

Ultimamente tenho andado insatisfeito com a atitude de muitos que se dizem cristãos. Em comunidades no orkut, rodas de amigos, portas de universidades (e até mesmo dentro delas) debates teológicos são cada vez mais frequentes para se descobrir a "verdade" sobre qual igreja é mais Santa, Católica, Apostólica - nunca se viu tanto sufixo narcisista!

Isso me incomoda muito pelo fato de todos esses debates estarem defendendo críticas de uns e outros para com instituições diferentes das que eles seguem. Seja qual for a denominação à qual pertencem, os cristãos de hoje não fazem desuso do bom e velho clichê: herege! Que epípeto mais eterno esse! aguentou diversos concílios e doutrinas ao longo dos quase dois mil anos de existência e ainda é usado como uma saudação entre segmentos diferentes do cristianismo (quem sabe substituiu o "Graça e paz" do Apóstolo Paulo).

Contra tudo e contra todos desse sistema de acepção intra-cristão, eu gosto de refletir sobre uma passagem que está no livro de Atos dos Apóstolos, onde são relatadas as primeiras relações entre os cristãos: "E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister."
Que inveja (santa), penso eu! E é porque hoje também há divisão. Quanta divisão!

Sinceramente, às vezes acho que hoje ao invés de grandes profetas ou evangelistas deveriam surgir outros imperadores romanos como Nero e Trajano. Só assim os cristãos estariam unidos como foi há algum tempo atrás, mesmo que fosse em cavernas ou orando juntos em um coliseu frente a leões famintos. Mas, é por isso que não devo me conformar com esse mundo, nem com esses cristãos contemporâneos que como diz meu amigo Rodolfo Carneiro: "[Eles] não param de pregar Jesus". E tenho a firme certeza de que Ele era bem maior do que qualquer ego idiota.

Que a paz esteja com todos. E a glória com Ele.

Monzitti Baumann

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Chayiym

Certa vez, C.S. Lewis tentava fazer uma analogia da vida, quando observou um feixe de luz que atravessava o seu escuro depósito de ferramentas. Ao fazer isso, inicialmente, enxergou apenas um fio luzente repleto de partículas de poeira no ar. Mas quando teve a idéia de olhar ao longo dele, percebeu a presença de belas árvores balançando do lado de fora, um céu divinamente azul, e - mais além disso - um sol a cento e quarenta e nove milhões de quilômetros de distância.


Você nunca parou pra pensar que tudo isso pode ser apenas um complexo sistema nervoso com inúmeros hormônios desempenhando suas respectivas funções em seres que possuem um polegar oponível aos outros dedos e às demais espécies?

Ou que somos uma aquisição do pensamento na vida de um planeta que surgiu a partir de ligações entre aminoácidos?

Contemporaneamente dizemos: "Freud explica".


Quem sabe, se você olhar para o feixe de luz, essa resposta pode ser "sim". Logo porque não podemos ser ultrapassados ou desprovidos da luz da razão nesse mundo em que a metafísica é apenas uma barreira que temporariamente ainda não foi rompida. Num mundo em que as descobertas, as quebras de esteriótipos e tradições tornam os homens mais cultos. No mesmo mundo em que a cada dia são reduzidas as coisas relativamente belas e são multiplicadas as opções de destruição da humanidade.


Mas, no mesmo feixe, agora olhando ao longo dele, você pode escapar - só por um momento - dessa prática reducionista, e acompanhar um magnífico pôr-do-sol sem simplesmente abreviar aquele fenômeno a partículas de luz e energia. Sem reduzir sentimentos nobres a reações de hormônios em seu cérebro. Esqueça as sinapses, muitos viveram antes de nós sem precisar saber por que amavam ou choravam.

Por detrás de meros feixes, há sempre muita luz que ilumina um novo mundo.

Monzitti Baumann

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Woody Woodpecker


"Vamos falar errado, mas vamos andar direito". Dizia um tio meu. Nunca tinha parado pra pensar no quanto essa frase é profunda.

Gostava muito de desenhos animados. Passava horas e horas em frente à uma TV com os olhos vidrados e brilhando para assistir um dos meus favoritos: "Pica-pau".
Um clássico desenho da TV, criado pelo famoso cartunista Walter Lantz na década de 40, que ainda hoje certamente desperta um sentimento de nostalgia em muitos jovens pelo mundo.

O seu criador sempre se preocupou em fazer um personagem brincalhão, divertido e cheio de carisma que pudesse contagiar uma população imensa durante quase sete décadas. E conseguiu.
Mas uma coisa interessante que eu vim perceber depois de mais velho, quando assistia alguns episódios selecionados, é que a personalidade do pássaro mais famoso do mundo foi sendo mudada de acordo com o tempo. Na sua primeira versão, o Pica-pau apareceu como um pássaro maluco, de temperamento grotesco, porém engraçado. Essa imagem de um Pica-pau biruta foi sendo moldada ao passar dos anos e do sucesso para um Pica-pau mais refinado e de atitudes mas tranquilas e parecidas com as de um cidadão civilizado.

O mais incrível dessas mudanças é que eu não prestava atenção nelas. Por mais que o Pica-pau fosse biruta ou cheio de classe, por mais que ele tivesse atitudes diferentes em cada desenho ou versão, por mais que ele tivesse dubladores diferentes, ele continuaria sendo o Pica-pau: o mesmo do início da década de 40, o mesmo personagem de cabelo vermelho que tinha os pés amarelos e acima de tudo, o mesmo personagem brincalhão, divertido e cheio de carisma que contagiou uma população imensa durante quase sete décadas.

Mude quando for preciso, seja mais fino, ou quem sabe, mais biruta. Ande devagar, mas tome cuidado para não parar. Ande rápido, mas tome cuidado para não tropeçar e cair violentamente contra o chão. E o mais importante: nunca deixe a sua essência, a que faz você parecer alguma coisa para alguma pessoa. Muitas vezes falamos errado demais, só temos que tentar andar como é pra se andar sempre.

E quer saber de uma coisa?
Os desenhos animados de hoje em dia não são mais como os de antigamente.

Monzitti Baumann

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Ainda aprendendo

Cada dia é como uma aula, e os professores estão no ar que respiramos.

Histórias me fazem abrir muito a mente e gravar coisas que não posso esquecer nunca.
Não conheço o autor dessa, mas é realmente interessante olhá-la como um verdadeiro aprendiz:

"No meio de uma tribo de animais comandada por três leões estava havendo uma disputa para ver quem deles assumiria o posto de maior poder entre o trio. Como eram amigos, os leões preferiram não brigar e tentaram resolver o problema com um desafio: o de subir a montanha mais alta da região. Era de difícil acesso e seu topo chegava a fazer medo a quem estava no baixo vale em que se encontravam os animais que ali viviam. Contudo, subiram para tentar alcançar o topo e, consequentemente, o título de rei da tribo.
O primeiro a subir conseguiu chegar quase ao meio da montanha, e quando não teve mais forças pra continuar, disse:
-É, montanha. Você me venceu!
O segundo, conseguiu chegar até exatamente ao meio dela. Era muita coisa, porém não era o bastante para alcançar a vitória. E assim sentindo-se derrotado, disse para a montanha:
-É, montanha. Você me venceu.
O terceiro batalhou com todas as forças que podia, lutando contra o medo e o cansaço, esgotando as suas últimas energias. Mas não conseguiu chegar ao tão sonhado topo. Mas, em tom de vitória disse para a árdua montanha:
-É, montanha. Você me venceu... Por enquanto. Pois você não vai crescer ou aprender mais do que isso, e eu vou!"

Nem sempre é tão ruim dizer "ainda falta"
Nem sempre é tão vergonhoso de dizer "ainda não estou maduro"
Nem sempre dói dizer "ainda não aprendi"

Precisamos entender que o melhor de tudo é nos restar o "ainda" e crescer com ele.